sexta-feira, 30 de abril de 2010

Expo Vinis 2010 Feira ou Happy Hour?

Aconteceu na semana passada a maior feira de vinhos da América Latina em São Paulo, a 14 Expo Vinis que, mais uma vez bateu recordes. Mais de 15.000 visitantes e 300 expositores no Expo Center Norte. A feira é uma grande oportunidade para quem gosta ou trabalha com vinho, pois temos a chance de provar vinhos de diversos estilos e qualidade. O espaço é o melhor que a feira já realizou e ela merece essa grandeza, mas acho que já ficará pequena em 2011. É impressionante como a feira e o interesse das pessoas pelo vinho crescem. Isso é muito bom para todos nós profissionais e amantes do vinho.
Respeito muito os idealizadores e organizadores da feira, pois sei que é uma vitória transformar uma pequena feira, a maior da América Latina. Ainda mais no Brasil, um dos países que menos produzem e consomem vinhos finos, mas claro que é um mercado em potencial.
Parabenizo vocês por isso.
Minha única crítica ( e preocupação) é de que a feira se torne cada vez mais um happy hour de relacionamento aos clientes e que os stands virem somente um hospitality center.
Claro que isso é importante para as empresas, mas não poderíamos ter mais mesas redondas, workshops, palestras e concursos de harmonização de sommeliers com a participação de grandes chefs? Não seria interessante assistir grandes debates do mercado do vinho, a perspectiva da safra de 2010 com jornalistas, enólogos, sommeliers, enófilos, importadores, professores e dirigentes da ABS, SBAV, WSET, IBRAVIN?
Sei que houve palestras, mas foi pouco e, além disso a sala é pequena para o número de participantes. Não precisamos de uma sala, precisamos de um auditório.
Às vezes penso que os organizadores da feira não se deram conta do tamanho do mercado do vinho, a responsabilidade e o poder de influenciar os visitantes.
Eu me lembro da minha primeira expovinis. Ela me influenciou muito e teve um papel importante na minha formação.
A feira cresce a cada ano por méritos claro, mas acho que poderiam fazer mais. É muita degustação, muito vinho, mas pouco conteúdo. Eram raros os stands que tinham cuspidores. Como um profissional pode degustar mais de 50 vinhos em uma tarde sem cuspidor?
Estamos como nunca vendendo vinhos pela internet. Estão engarrafando vinhos finos em garrafa pet e espumantes em lata. Fazem-se vinhos na Bolívia, na Inglaterra e na China. Cada vez mais vemos vinhos com rolhas sintéticas e tampas de rosca. Vinhos orgânicos e biodinamicos. Várias lojas multimarcas abrindo em bairros. Existe pós graduação em Gestão de Negócios do Vinho. O mundo está globalizado, mas não podemos acompanhar tudo somente pela internet. Precisamos ouvir, ver e aprender com aqueles que nos influenciaram de verdade, os grandes jornalistas, enólogos e sommeliers e professores. E é só assim que o mercado se expande, se especializa, trazendo mais novidades, desmistificando o consumo para os iniciantes e agregando conhecimentos aos profisionais.
No próximo post escreverei os meus vinhos preferidos.
PS: Parabéns aos stands Vinhos do Brasil e ACAVITIS de Santa Catarina. Pena que o movimento, pelo menos enquanto estive lá não foi à altura dos vinhos expostos.
Saúde!

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