terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Aprovada regulamentação da profissão de sommelier




Aprovada regulamentação da profissão de sommelier

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou na quarta-feira (8), em caráter conclusivo, a regulamentação do exercício da profissão de sommelier - profissional que executa serviço especializado de vinhos e de outras bebidas.

Foi aprovado o substitutivo da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aos projetos de lei 4495/08, do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e 4520/08, do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ambos com o mesmo objetivo. O relator da matéria na CCJ, deputado João Magalhães (PMDB-MG), ofereceu parecer favorável ao substitutivo.

A proposta deve seguir para o Senado, a menos que seja interposto recurso em contrário.

Magalhães elogiou o texto da comissão por ter corrigido um vício de constitucionalidade. “Os projetos exigiam o registro do sommelier junto à Delegacia Regional do Trabalho. Tal exigência, por impor atribuição ao Executivo, constituiria indevida violação à competência privativa do presidente da República”, afirmou.

Serviço especializado
O sommelier, de acordo com a proposta aprovada, é o profissional que trabalha em empresas de eventos gastronômicos, de hotelaria, restaurantes, supermercados, enotecas (coleção de vinhos para exposição) e nos serviços de bordo de companhias aéreas e marítimas.

O texto aprovado restringe o exercício da profissão para quem for habilitado por instituições nacionais ou estrangeiras reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) ou já esteja exercendo a profissão há mais de três anos.

Fonte: ttp://www2.camara.gov.br


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Gostaria de dar os parabéns aos Exmos. Srs. Deputados pelo projeto de lei de reconhecimento do profissional de sommelier. Estamos dando um grande passo para que se abra mais um mercado de trabalho no Brasil fortalecendo a indústria vinícola nacional.

Os Srs. poderiam criar agora um novo projeto de lei reduzindo o abusivo imposto sobre o vinho nacional. Temos que dar o direito para nossos viticultores concorrerem com os vinhos importados, o que infelizmente não ocorre hoje.

O sommelier, profissional tão escrachado por alguns, tão queridos por outros, os sommeliers que dão duro noite e dia, de segunda à segunda, feriado, natal e ano-novo. Que adora conversar sobre vinhos com clientes e amigos que também compartilham da mesma paixão. A nós sommeliers sortudos, que amamos o que fazemos e que temos a oportunidade de conhecer e degustar milhares de vinhos que muitas vezes não poderíamos comprar pelo que ganhamos.
Parabéns! Viva o Sommelier!

Saúde!

sábado, 27 de novembro de 2010

Porque o vinho é tão caro no Brasil?


Uma das perguntas que mais ouço é - Porque o vinho é tão caro no Brasil? - Porque vinhos nos restaurantes são tão mais caros do que nas lojas?

Muitos amigos e hóspedes estrangeiros fazem essa pergunta quase diariamente. Alguns hóspedes já me disseram que nos Estados Unidos, se paga cerca de U$18, mais ou menos R$ 30 por uma garrafa de Terrazas Reserva Malbec. No Pão de Açúcar o mesmo vinho não sai por menos de R$ 64,90.
Costumo responder que não só o vinho é mais caro no Brasil, mas como quase tudo. Enquanto não houver uma reforma tributária e trabalhista, estaremos vivendo em um dos países de maior custo de vida do mundo. Mas o problema não é só esse, temos um problema cultural em relação ao vinho. O vinho ainda é considerado uma bebida de burguês, difícil de se comprar e entender.
O ideal seria que o custo do vinho baixasse, para que mais pessoas tivessem acesso de compra-los e aí sim criaríamos uma cultura de vinhos no Brasil que hoje não existe.

Há no entanto uma coisa que o Brasil poderia fazer a curto prazo. Nos Estados Unidos, na Argentina, no Chile e na Europa o vinho é tributado como alimento, já que a matéria prima vem do sumo da uva. No Brasil é tributado como bebida alcoólica elevando muito o preço final do vinho para o consumidor final. Não sou economista, mas se o Brasil classificasse o imposto de vinhos como alimentos poderíamos ter uma redução do preço final de pelo menos 20% dos vinhos nacionais e importados. Já seria uma grande festa para os amantes do vinho. Uma bebida que poderia e deveria ser para todos, mas na realidade no Brasil é que poucos podem comprar uma boa garrafa de vinho.
Para se ter uma idéia, um restaurante que compra um vinho de uma importadora ao custo de R$50,00, paga 11,8% de Substituição Tributária (R$5,90), PIS/COFINS sendo respectivamente 1.65% ( R$0,82) e 7.6% ( R$ 3,80) e mais 3,2% de ICMS no valor da venda. Se esse mesmo restaurante vende o vinho a R$70,00, o proprietário pagará R$ 12,76 de impostos, tendo lucro de mísseros R$ 7,24. E hoje restaurantes, empórios e bares são um grande negócio.

É preciso repensar e que os empresários de vinícolas brasileiras se unam para tentar mudar esse quadro no Brasil.


Vinho para todos!


Saúde!


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dia de Ação de Graças - ThanksGiving Day no Hilton

O Restaurante Canvas no Hotel Hilton Morumbi realizará no próximo dia 25 de Novembro, quinta-feira seu primeiro jantar de Dia Da Ação de Graças. Garanta já sua reserva pelo telefone: 2845-0055


HAPPY THANKSGIVING DAY
DATA: 25 DE NOVEMBRO / QUINTA-FEIRA
HORÁRIO: À partir das 19:30
VALOR: R$ 99.00 PARA 2 PESSOAS
R$ 60.00 PARA 1 PESSOA

Vinho Californiano Delicato Chardonnay e Delicato Merlot
R$ 38.00 por pessoa à vontade.

Menu:

ENTRADA FRIA
SALADA DE AGRIÃO COM ABÓBORA CONFIT E LASCAS DE PARMESÃO CROCANTE

ENTRADA QUENTE
SOPA DE FRUTOS DO MAR SERVIDA NA MORANGA

PRATO PRINCIPAL
GALANTINE DE PERÚ COM CODORNA, AVELÃ, CASTANHA E DAMASCO,
ACOMPANHADO DE PURÊ DE BATATA, COMPOTA DE MAÇÃ
VERDE E FRUTAS VERMELHAS AO MOLHO DE FOIE GRAS

OU

RAVIOLONE ABERTO COM RECHEIO DE ESPINAFRE E PATO
NA MANTEIGA CLARIFICADA COM NOZES

SOBREMESA / DESSERT
TORTA DE DAMASCO QUENTE COM SORVETE DE CANELA,
UVAS PASSAS E CREME INGLÊS

Degustação Antonio Saramago - ABS

Nesta quarta, dia 24 de Novembro às 20 horas, assim como todas às quartas acontece mais uma degustação na ABS - Associação Brasileira de Sommeliers. Desta vez a ABS traz o enólogo Antonio Saramago e seus vinhos da Península de Setúbal e Alentejo. Uma ótima oportunidade para os profissionais e para os iniciantes.
Valor para sócio: R$ 50,00
Valor para não sócio: R$ 100,00
ABS: Rua Gomes de Carvalho 1327/1329 2ºandar Cj 21 - Ed. Olímpia Park

Mais informações em: http://www.abs-sp.com.br

ABRAVINIS 2010 Feira de Vinhos para Consumidores começa amanhã

Do dia 23 à 25 de Novembro será realizada a ABRAVINIS 2010, a maior feira de vinhos para consumidor final do Brasil. Estarão expostos à venda mais de 100 rótulos nacionais e importados para os amantes do vinho. O valor do ingresso é de R$60,00, sendo que R$30,00 será convertido em voucher para compra de vinhos. A feira acontece no Clube Pinheiros das 14 às 22 horas. Não percam!
Saúde!

sábado, 6 de novembro de 2010

O primeiro vinho de gelo (Ice Wine) Brasileiro


A vinícola Pericó de São Joaquim, Santa Catarina lançou no último dia 10 de Outubro o primeiro Icewine Brasileiro. Mas o que significa Icewine? Icewine ou Eiswein (Alemanha) significa Vinho de Gelo. Os principais países produtores de Icewine são Canadá e Alemanha. O Vinho de Gelo é um vinho de sobremesa. O produtor espera a temperatura do vinhedo chegar a -7º. Está é a condição ideal para que a neve cubra e congele a uva. A Uva em si congela, porém o açucar da polpa e outros sólidos não. A água da polpa se congela e se retrai. Como a colheita é tardia e com as uvas já muito maduras, o vinho fica concentrado gerando mais açucar e por consequência, mais alcool. Esse gelo ajuda a uva a não começar o processo de fermentação antes de chegar na cantina, pois a temperatura dela estará baixa. O Pericó Icewine foi colhido no inverno de 2009 numa altitude de 1.300m à -7,5º.


Saúde!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Equipotel Arena Cave Show

Dia 13/09, segunda, começará um evento imperdível, o Equipotel Arena Cave Show no pavilhão de exposições do Anhembi. O evento trará várias palestras até o dia 15/09 ministrados por sommeliers e profissionais do vinho. Uma excelente oportunidade para iniciantes e de mais aprendizado para os profissionais.
Mais informações e programação completa em : http://www.equipotel.com.br/arena_cave_show.php
Saúde!

domingo, 5 de setembro de 2010

Bananeira


Vou continuar escrevendo sobre esse assunto porque não posso deixar passar em branco. Em minha peregrinação pelos restaurantes participantes do Restaurant Week, quarta fui ao Bananeira, no Morumbi. O restaurante é brasileiro mas havia apenas 2 rótulos do Brasil, quer dizer, agora somente um, porque o "filho único" Miolo Lote 43 2002, (como disse o garçon) que eu tomei era o último. Agora só resta o Salton Volpi Pinot Noir. É uma pena! Um restaurante que tem um ambiente fantástico, uma boa comida e uma carta tão simples, com preços não tão razoáveis.

Fiquei um pouco receoso quando vi que o Lote 43 era da safra 2002. O rótulo não estava nas melhores condições, mas decidi arriscar. Para minha surpresa, o vinho estava ótimo, bem diferente dos outros 2002 que degustei. Nenhum sinal de oxidação, madeira presente com toque de tabaco, couro e defumado. Na boca, cereja e ameixa em compota. Bom corpo, bem equilibrado. Persistência e complexidade média. Boa pedida!

A comida foi razoável para boa, dei nota 6 no twitter, gostei mais da seleção de pastéis de entrada, mas os demais pratos não deixaram a desejar mas não encantaram.


Serviço:
Restaurante Bananeira
Rua Marechal Hastimphilo de Moura 471, Morumbi
Tel: 3502-4635
http://www.bananeiramorumbi.com.br/


Saúde!

domingo, 29 de agosto de 2010

Restaurant Week 2010


Segunda feira, dia 30 de agosto vai começar a maior festa gastronômica de São Paulo, o Restaurant Week. Evento que começou em Nova Iorque e que já é sucesso em São Paulo, reúne nesta edição 210 restaurantes até o dia 12 de setembro. O evento tem cunho social em parceria com a Fundação Ação Criança. Os preços são fixos, R$ 29,00 no almoço e R$ 39,00 no jantar + R$ 1,00 de doação mínima para Ação Criança. O valor inclui entrada, prato principal e sobremesa.

No Canvas estaremos abertos somente no jantar com um cardápio interessante e que realmente representa nossa gastronomia conteporânea. Além do prato diário, o Linguado, teremos sempre mais 3 opções de pratos principais por dia. A entrada é uma seleção de antepastos que é renovada todos os dias e sem repetição. A sobremesa é uma das estrelas da casa, o Nosso Prestígio.

Nos vinhos a novidade é um apoio ainda maior do Canvas com a Ação Criança. O vinho Finca El Portillo Sauvignon Blanc, sugestão de harmonização com o Linguado e o Finca El Portillo Malbec das Bodegas Salentein, Mendoza, Argentina que na carta custa R$ 90,00 sai por R$ 70,00 se o cliente doar R$ 10,00 em dinhero para fundação.


Aproveitem o Restaurant Week! Pesquise o cardápio do restaurante que você está interessado para não ter surpresas. Sugiro também fazer reserva e ser pontual, nessa época geralmente a tolerência é mínima. Lembrem-se de que o couvert e o serviço não estão inclusos mas aproveite para experimentar o couvert se você achar que vale a pena e pagar o serviço se você achar que valeu a pena!
Bom divertimento a todos!

Saúde!










SELEÇÃO DE ANTEPASTOS







LINGUADO COM CROSTA DE MANDIOQUINHA, ESPINAFRE E PURÊ DE FEIJÃO BRANCO







BOLO AERADO DE CACAU, GANACHE DE CHOCOLATE E SORVETE DE COCO




Wines of Uruguay

Esta segunda dia 30 acontecerá o evento Wines of Uruguay no Hotel Reinassance em São Paulo, das 13 às 20 horas. Uma ótima oportunidade para degustar maravilhosos Tannats e conhecer um pouco mais da cultura vinícola do nosso país vizinho.

Info: 5092-3248. Saúde!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Él Guatón - Bom, bonito, barato e cult

Visitei um dos poucos representantes da culinária chilena em São Paulo, o bar e restaurante El Guatón em Pinheiros.
O lugar é simples e cult, mas essa é a proposta. Um "sitio" que todos podem conhecer. Um típico bar da Vila Madalena, rústico, familiar e serviço simpático.
As empanadas são o carro chefe para tomar com as cervejas de garrafa, a de carne (R$ 5,00) estava muito boa e melhor do que a de camarão (R$ 7,00). Depois da entrada, provamos o Cazuelo de Vacuno (R$ 25), uma sopa típica com pedaços de carne, milho, batata com o próprio caldo da carne. Vem acompanhado de uma "saladinha da casa" com tomates e cebola roxa bem temperada. Gostei muito. Depois pedimos o Pastel de Choclo (R$ 26,00), um frango desfiado com legumes, ovos e azeitonas e creme de milho gratinado. Confesso que não sou fã de comidas agridoces, achei o prato exótico, inusitado e saboroso. Minha noiva adorou, eu achei doce e pesado demais, mas sem dúvida um prato curioso para os amantes da gastronomia.
Com a refeição achamos uma jóia escondida na adega de Seu Guatón, um Morandé Pionero Cabernet Sauvignon 2004 (R$50,00). Fiquei curioso para degustar um vinho de característica jovem com 6 anos de garrafa. Me surpreendi pois o vinho estava melhor que esperava. Achei que o vinho poderia estar em seu ciclo de declínio, mas ele estava no auge. Um cabernet típico chileno do ótimo produtor Morandé, o descobridor do Valle de Casablanca. Corpo médio, toques de menta, chocolate e caramelo, taninos macios e boa persistência.
Vale a visita! Principalmente para quem quer comer bem e gastar pouco.

Salud!

Serviço:
Él Guatón
Rua Artur de Azevedo, 906 Pinheiros – São Paulo
Tel.: (11) 3085-9466
Site: http://www.elguaton.com/

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Domingão é dia de pizza, futebol e vinho!

Domingo passado depois de algumas indicações, resolvi conhecer o Copa Gastronomia com alguns amigos que fica dentro do glorioso estádio do Morumbi. O ambiente é clean e moderno. Pela localização, apesar de não ter a visão do gramado, você sente estar dentro do estádio. Durante a noite é oferecido cardápio de pizzas. Pedimos a La Burrata e uma de Abobrinha que estavam deliciosas. A carta de vinhos é enxuta, mas variada. Depois da tentativa frustrada de tomar um Carmen Carmenére (R$ 62) que estava em falta, pedimos o vinho básico da Casa Lapostolle, o Santa Alvara Merlot, a um preço razoável (R$44). Quando o vinho chegou a mesa, não era Merlot e sim Cabernet Sauvignon. Questionei ao atendente que havia pedido o Merlot. 5 minutos depois ele voltou informando que só havia o Cabernet. Detalhe: O Cabernet nem estava na carta! Aceitei o vinho, que apesar de simples é um vinho que considero despretencioso e agradável, mas o Merlot ficaria melhor com as pizzas.

Acho um absurdo o que algumas casas fazem com o vinho. Fico chateado e indignado de tratarem um produto tão rico e tradicional desta maneira. O vinho pode sim ser rentável e agregar valor ao restaurante desde que ele seja bem trabalhado por um profissional ou por um apaixonado do vinho, em outro caso, ter uma carta "só por ter" pode ser um tiro no pé!
Lembrei uma frase que vi de um enólogo português: "Quem ver o vinho apenas como negócio e sem paixão jamais vai ter espaço no mundo dos vinhos".

Serviço:

Copa Gastronomia & Futebol
Av Jules Rimet
Estádio do Morumbi, portão 5
Tel. 2613-0890
Site: http://www.restaurantecopa.com.br

sábado, 3 de julho de 2010

Noite de autógrafos - Didú Russo

Segunda feira, dia 12/07 das 18 às 21 horas o amigo Didú fará uma noite de autógrafos de seu audio livro "Nem Leigo, nem Expert" na livraria capítulo 4 na Rua Tabapuã 830, Itaim, São Paulo.
Uma boa oportunidade para conhecer pessoalmente uma das figuras mais apaixonadas e competentes do mundo do vinho de São Paulo.



Boa sorte Didú!





Saúde!

domingo, 20 de junho de 2010

Coleção Folha Mundo do Vinho

Começa este domingo, dia 20 a coleção FOLHA O Mundo do Vinho. Não conheço os autores e o conteúdo ainda, mas se tratando de FOLHA, deve ser didático e de bom conteúdo. A Veja já lançou uma ótima coleção de livros de vinho, que eu inclusive assinei. Agora temos o prazer de ter essa iniciativa da FOLHA. Sem dúvida uma boa dica para quem está começando a tomar vinho e quer aprender no seu tempo, pois a coleção dá flexibilidade para quem não tem tempo de fazer um curso básico.
Como profissional fico muito feliz pela iniciativa. Sinal de que as pessoas estão cada vez mais interessadas e com fome de conhecimento pelo vinho.
A coleção estará disponível nas bancas e poderá ser comprado também pela internet ou pelo telefone 0800-775-8080
.
FOLHA, Parabéns pela coragem e iniciativa! Essa coleção não dá pra não ler!
Saúde!

Serviço:

http://www.vinhos.folha.com.br

sábado, 19 de junho de 2010

Pasta & Vino?


Sexta feira dia 11/06, véspera de dia dos namorados, levei minha noiva para jantar no tradicional restaurante 24 horas do jardins, o Pasta & Vino. Iríamos trabalhar no sábado e domingo, então resolvemos antecipar a celebração.

O restaurante dá ares que o auge já se foi. Ele é simples, mas aconchegante. Pedi a carta de vinhos, analisei e não achei nada de bom custo benefício. Acabei optando por um Chateau Bel Air, que já conhecia. O maitre respondeu: - "Não tenho. Alías não tenho nenhum francês desta carta". Espanto! Analisei melhor a carta e pedi um Cisplatino Tannat/Merlot, um vinho simples mas que eu adoro. -"Não tenho este também" disse o Maitre mais constrangido que eu na frente de minha noiva a 15 minutos tentando escolher um vinho. Enfim, depois da sexta tentativa, eu começei a ficar nervoso. O Maitre saiu de cena, acho que com vergonha e um garçom chegou com umas garrafas na mesa tentando me vender como se fosse um carrinho de sobremesa de churrascaria.

Depois de quase 20 minutos, acabei escolhendo o uruguaio Pisano Rio de los Pájaros Tannat 2008 à R$ 62,00 da Mistral. Acho que era o único vinho que tinha na carta. Paguei R$ 62,00. No site da Mistral está a R$ 37,41. Pelo serviço, pelas taças e pela péssima carta, achei caro.

Achei uma pena, pois São Paulo é muito carente de lugares que sirvam vinhos 24 horas. O local é bem centralizado e seria uma ótima opção dos paulistanos para degustar um bom vinho na madrugada.

Vinho enfim escolhido e servido, pedi um raviole recheado com espinafre ao sugo. A massa estava boa, mas o molho estava péssimo. Parecia molho de tomate enlatado pronto com extrato de tomate que ficou no banho maria por horas.

O vinho, voltamos a ele, estava ótimo. Eu sou fã da Tannat e dos vinhos uruguaios. Aprendi a gostar desta maravilhosa cepa com meu amigo João Renato que também adora os "Vinhão", maneira de como a gente chama o vinho bem tânico e estruturado. O Pisano é um excelente produtor e a maioria de seus vinhos tem um bom custo/prazer. O vinho estava intenso, macio e suculento. Enchia a boca. Aromas de frutas vermelhas maduras como amora e framboesa. Retrogosto de tabaco e chocolate. Ameixa. Gostamos muito. O Pisano Rio de los Pájaros Tannat salvou nosso jantar e nossa noite. Ainda bem! Obrigado Pisano!



Saúde!



Serviço:
Pasta & Vino
Rua Barão de Capanema, 206, Jardins, São Paulo
Tel. 3081-4787
Funcionamento: 24 horas
http://www.pastaevino.com.br/

















sábado, 22 de maio de 2010

Dica de vinho bom e barato

Comprei no Pão de Açucar em promoção o Santa Carolina Reserva Pinot Noir 2008 à R$ 29,90. Com certeza vale a pena. Bom custo/prazer. Um vinho que representa muito bem os novos e bons Pinots do Maule no Chile. Muita fruta, boa acidez e muito equilibrado. Correto. Bom nesse friozinho de outono com um queijo duro neutro como Gouda, Gruyére ou Cabra e até um Grana Padanno. Pelo fato de não ser um vinho tânico, não briga com o salgado do Grana e ainda equilibra pela sua acidez. Os de cabra duros tem acidez média assim como esse Pinot. Um vinho versátil para queijos. Melhor ainda na companhia de sua bela dama. Elas adoram Pinot Noir! Consuma entre 12 à 14 graus. Se você não tiver adega, resfrie por 20 minutos na porta da sua geladeira ou 10 minutos num balde com gelo e água e sirva.

Beba vinho e viva mais!

Saúde






quinta-feira, 13 de maio de 2010

Visita a Serra Gaúcha

Em Dezembro de 2009 fui convidado por meu gerente a passar 3 dias na Serra Gaúcha. Claro que aceitei na hora. Fui a trabalho, em uma quarta feira. Passei a primeira noite em Porto Alegre e no dia seguinte bem cedo peguei um carro alugado e fui para Bento Gonçalves. Não conhecia absolutamente nada do Rio Grande do Sul e fui acompanhado apenas pelo GPS. Fiz um planejamento das vinícolas que pretendia conhecer, mas não tive tempo de agendar em todas. Como ainda não conhecia a região, fui sem saber o que esperar de Bento. A pousada já estava fechada, então comecei por lá. Levei alguns guias, uma coleção dos Vinhos do Mundo da Veja e um livro sobre o Brasil, onde encontrei vários contatos e endereços de vinícolas que me salvaram! Em três dias visitei 15 vinícolas e degustei mais de 75 vinhos.
Para quem não conhece, recomendo. É uma região belíssima, maravilhosa e a viagem é sensacional, principalmente para quem gosta de vinhos.


Primeiro Dia:

Tracei um pequeno roteiro. Sai de POA quinta feira às nove da manhã e antes de chegar a Bento parei na Chandon em Garibaldi. Lá fui recebido pelo enólogo Claudio Cattani que me recebeu maravilhosamente bem, me mostrou toda a vinícola e deu uma aula de vinificação de espumante. O melhor momento foi degustar um Chandon Passion direto do tanque com apenas 10 dias de fermentação.
Claudio Cattani - Enólogo Chandon

Sai da Chandon e fui conhecer a tradicional Garibaldi. Provei um espumante Moscatel interessante, despretensioso, mas correto e surpreendente. É o carro chefe e vinho emblemático da casa.

Cheguei a Bento, larguei as coisas na Pousada e fui correndo para a Casa Valduga aonde o simpático e jovem enólogo Lucas fez as honras da casa como anfitrião. Outra aula de vinificação. Conheci os vinhedos e degustei vários vinhos da casa dos que eu não conhecia. Fiquei impressionado ao degustar o Casa Valduga Gran Reserva Extra Brut 2002. O espumante estava maravilhoso, muito complexo e com notas de mel, nozes e amêndoas. O Casa Valduga Licoroso Tinto Doce, um vinho de estilo do Porto é realmente brilhante. 24 meses de barricas de carvalho francês de um corte de Cabernet e Merlot. Outro destaque foi o Gran Reserva Chardonnay, apesar de muita madeira, gostei muito. A vinícola é bélissima e sua cave bastante imponente.



Segundo dia:

Acordei cedo e fui para a pequena região dos vinhos de Montanha, em Pinto Bandeira, aproximadamente 20km de Bento. Fui a Cave Amadeu, dos vinhos Cave Geisse, que em minha opinião, é o melhor espumante brasileiro. Fui recebido pela enóloga Vanessa que me mostrou todo o vinhedo, a poda em verde e uma maravilhosa degustação de Geisse. Gostei muito do Brut, Nature Terroir e Rosé. A vinícola é pequena e artesanal e foi legal ver a diferença deles com a Chandon. É gritante. Só para se ter uma idéia, eles fazem o degourgement manualmente! O mirante para os vinhedos e a casa de hóspedes onde degustamos os vinhos é espetacular!


Vanessa - Enóloga Cave Geisse

Sai de lá e fui direto a vizinha Don Giovanni. Gostei dos espumantes Don Giovanni Brut Metódo Champenoise e Nature e dos varietais Chardonnay e Merlot.
A sala de degustação e loja de varejo são muito charmosas, de estilo medieval, com uma cave de pedra e eles também tem uma pousada própria. Passei horas ali degustando e batendo papo com um dos enólogos.

Bem próximo, esbarrei por acaso com a Valmarino (que me perdoe o competente enólogo e engenheiro agrônomo Marco Antonio Salton), mas não conhecia. Fui recebido pelo Marco que é da família Salton e descendeu o negócio do pai, fundador da vinícola, Sr. Orval Salton. Conheci os vinhedos, a cantina e degustei bons vinhos. Gostei muito no Cabernet Franc X provenientes de parreiras de até 35 anos. Vinho de verdade, artesanal e de garagem. Surpreendi-me muito também com o Reserva da Família, um corte de Cabernet, Cabernet Franc, Merlot e Tannat. Vinhaço! O espumante Brut método champenoise também é de alto nível. Os rótulos são modernos e muito bonitos. Marco, não deixe de produzir essa jóia de Cabernet Franc!

Vinhos degustados na Valmarino

Sai de Pinto Bandeira e em direção a Farroupilha, acho que mais uns 20 km dali. Parei na Vinícola Irmãos Basso do vinho Monte Pascoal, plantado na Encruzilhada e elaborado ali. Fui porque trabalhava com o Monte Pascoal no Hotel, era o nosso vinho de eventos. Lá eles produzem muito vinho de mesa e os tanques da vinícola são imensos e impressionantes. O Monte Pascoal Merlot foi o melhor que degustei, porém comparado a outros brasileiros degustados deixa um pouco a desejar.

Já eram 5 da tarde e eu sabia que a maioria das vinícolas estariam fechadas. Fui correndo para a Perini, também em Farroupilha. Encontrei com o enólogo Leandro Santini que apesar de estar correndo com muito trabalho para a preparação da reforma da cantina para a próxima colheita atendeu meus apelos e conheci rapidamente a vinícola antes famosa pelo vinho de garrafão Jota Pe. Eles estão produzindo uma grande quantidade de varietais, a vinícola também é de grande porte já que o Jota Pe é um dos vinhos de mesa mais vendidos do Rio Grande do Sul. Gostei do Ancelotta, Marselan, um clone de origem francesa das uvas Cabernet Sauvignon e Grenache Preto. Acho que a vinícola grande potencial de crescimento.
Obrigado pela paciência Leandro!

Terceiro dia:

No último dia, sábado, cheguei ao primeiro horário de visitação da Salton. A vinícola é enorme na nova sede em Tuyuti. Visitamos o engarrafamento e os tanques de fermentação. Descobri que a capacidade de produção é de impressionantes 12.000 garrafas/hora. Na melhor parte, quando iria conhecer as caves, decepção. Acabou a energia e fomos impedidos de entrar. A degustação (gratuita) foi simples e resolvi não perder muito tempo já que conhecia os ícones Talento e Desejo. Sai de lá e fui para o Vale dos Vinhedos.

Parei na Don Cândido e assim que cheguei vi um senhor sentado no banco na porta da loja de varejo e adivinhe quem era? O próprio Don Cândido. Ganhei meu dia. Apresentei-me e ele me levou prontamente orgulhoso para conhecer as parreiras de Cabernet Sauvignon. Tivemos uma longa e agradável prosa. Degustei o bom Malbec, o Don Candido Gran Reserva Cabernet 2005 e o diferente e divertido 4 Geração Marselan.

Don Candido Valduga


Logo ao lado parei na Marco Luigi do competente enólogo Leonardo Luigi. A vinícola é muito bonita, rústica e charmosa. Gostei do Marco Luigi Malbec. O Merlot também é bem feito e o Gran Reserva da Família Cabernet é vinhão, ou seja, vinho de verdade, com personalidade, tipicidade e intuição do enólogo. Não é um vinho comercial frutadinho para agradar a maioria do consumidor.

Depois da Marco Luigi fui a famosa Miolo. Fiz o tour guiado com degustação. Parecia um parque da Disney, vários ônibus no enorme estacionamento, fila para entrar e comprar ingresso. Tudo bem profissional. Conheci o famoso Lote 43, muito bonito por sinal ao lado do hotel da vinícola. Fiz o pacote de degustação Premium que incluía o Miolo Terroir 2008. Eram 5 vinhos, foram servidos 4 e.... Cadê o Terroir? Acabou a degustação e não serviram! Chamei o enólogo de canto e cobrei! Cadê o Terroir? – Hã, a tá, um momento que já vou te servir. O vinho, ícone da vinícola é muito bem feito e senti orgulho dos vinhos brasileiros.

A minha corrida das vinícolas continuou. Agora fui para a Don Laurindo, um vinho que gosto bastante. A vinícola também é bem pequena e charmosa. Gostei do Malbec, Merlot e Cabernet. Bem feitos!

Bem próximo dali está instalado a Millantino. Tive o prazer de conhecer o Luis Millan, enólogo e proprietário da vinícola. Uma figura super simpática e ótimo anfitrião. Eles produzem uma grande linha de vinhos varietais. Gostei do Ancellota.
Luis Millan - Enólogo e proprietário Millantino


Sai de lá quase 5 da tarde. Nisso passei em frente a Vallontano e não resisti, tive que tentar mais um, ainda bem que abriram uma exceção!
Minha visita foi logo após aquela semana onde grandes temporais e castigaram o sul e fui informado na Vallontano que provavelmente toda a colheita de 2010 teria sido perdida. Foi uma pena. Eles iram tentar salvar alguma coisa, mas achavam muito difícil conseguir produzir um vinho fino dos padrões da vinícola. Talvez a uva seja vendida a vinícolas menores, e serão engarrafados sem o nome da Vallontano. Particularmente gosto muito dos vinhos da Vallontano, os acho muito corretos e honestos e todos bem feitos, mas o Merlot Reserva 2005 é simplesmente espetacular para os padrões brasileiros. Tem uma tipicidade que poucos países que produzem Merlot possui.

Após essa visita estou certo que a vocação do Brasil está nos espumantes, incluindo o semi seco Moscatel e a cepa Merlot e Chardonnay.
Muitas vinícolas estão testando cepas de origem italiana, como Ancellota e Teroldego, e também alguns franceses não muito comuns como Marselan. Vi algumas explorando a famosa Malbec e acho que pode ter sucesso, porém com características diferentes dos argentinos. Várias vinícolas principalmente na fronteira com o Uruguai, na Campanha estão plantando Tannat que pode dar bons frutos assim como várias cepas portuguesas.
Não podemos ainda comparar os tranqüilos vinhos brasileiros com as grandes potências tradicionais e nossos vizinhos, mas estou certo de que nossos espumantes são muito bem feitos e nossos enólogos são heróis. Para ter uma vinícola hoje no Brasil é preciso muito amor e dedicação a vinha por todas as dificuldades que passamos como o excesso de chuvas e solo fértil.
E o mundo do vinho continua fascinante por isso, a tradição das famílias que mantém o negócio e acreditam que se pode ser sim ser competitivo e criarem grandes vinhos, claro, de acordo com nosso terroir.
Parabéns aos nossos corajosos enólogos pela persistência, “teimosia” e pelo amor ao vinho!

Saúde!


OS MELHORES VINHOS DEGUSTADOS:



ESPUMANTES
CASA VALDUGA EXTRA BRUT 2002
CAVE GEISSE NATURE TERROIR 2006
CHANDON EXCELLENCE
DON GIOVANNI BRUT METODO TRADICIONAL
GARIBALDI MOSCATEL
VALMARINO BRUT METODO CHAMPENOISE

BRANCOS
CASA VALDUGA GRAN RESERVA CHARDONNAY

ROSÉ
CASA PERINI ROSÉ MERLOT / CABERNET FRANC

TINTOS
DON CANDIDO GRAN RESERVA CABERNET SAUVIGNON 2005
DON CANDIDO MARSELAN 4º GERAÇAO
DON LAURINDO MALBEC
DON LAURINDO TANNAT
MARCO LUIGI VARITAL MALBEC 2007
MILLANTINO ANCELLOTA
MIOLO TERROIR 2008
VALLONTANO RESERVA MERLOT 2005
VALMARINO CABERNET FRANC X 2005
VALMARINO RESERVA DA FAMÍLIA 2005

FORTIFICADOS
CASA VALDUGA LICOROSO TINTO DOCE

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Expo Vinis 2010 Feira ou Happy Hour?

Aconteceu na semana passada a maior feira de vinhos da América Latina em São Paulo, a 14 Expo Vinis que, mais uma vez bateu recordes. Mais de 15.000 visitantes e 300 expositores no Expo Center Norte. A feira é uma grande oportunidade para quem gosta ou trabalha com vinho, pois temos a chance de provar vinhos de diversos estilos e qualidade. O espaço é o melhor que a feira já realizou e ela merece essa grandeza, mas acho que já ficará pequena em 2011. É impressionante como a feira e o interesse das pessoas pelo vinho crescem. Isso é muito bom para todos nós profissionais e amantes do vinho.
Respeito muito os idealizadores e organizadores da feira, pois sei que é uma vitória transformar uma pequena feira, a maior da América Latina. Ainda mais no Brasil, um dos países que menos produzem e consomem vinhos finos, mas claro que é um mercado em potencial.
Parabenizo vocês por isso.
Minha única crítica ( e preocupação) é de que a feira se torne cada vez mais um happy hour de relacionamento aos clientes e que os stands virem somente um hospitality center.
Claro que isso é importante para as empresas, mas não poderíamos ter mais mesas redondas, workshops, palestras e concursos de harmonização de sommeliers com a participação de grandes chefs? Não seria interessante assistir grandes debates do mercado do vinho, a perspectiva da safra de 2010 com jornalistas, enólogos, sommeliers, enófilos, importadores, professores e dirigentes da ABS, SBAV, WSET, IBRAVIN?
Sei que houve palestras, mas foi pouco e, além disso a sala é pequena para o número de participantes. Não precisamos de uma sala, precisamos de um auditório.
Às vezes penso que os organizadores da feira não se deram conta do tamanho do mercado do vinho, a responsabilidade e o poder de influenciar os visitantes.
Eu me lembro da minha primeira expovinis. Ela me influenciou muito e teve um papel importante na minha formação.
A feira cresce a cada ano por méritos claro, mas acho que poderiam fazer mais. É muita degustação, muito vinho, mas pouco conteúdo. Eram raros os stands que tinham cuspidores. Como um profissional pode degustar mais de 50 vinhos em uma tarde sem cuspidor?
Estamos como nunca vendendo vinhos pela internet. Estão engarrafando vinhos finos em garrafa pet e espumantes em lata. Fazem-se vinhos na Bolívia, na Inglaterra e na China. Cada vez mais vemos vinhos com rolhas sintéticas e tampas de rosca. Vinhos orgânicos e biodinamicos. Várias lojas multimarcas abrindo em bairros. Existe pós graduação em Gestão de Negócios do Vinho. O mundo está globalizado, mas não podemos acompanhar tudo somente pela internet. Precisamos ouvir, ver e aprender com aqueles que nos influenciaram de verdade, os grandes jornalistas, enólogos e sommeliers e professores. E é só assim que o mercado se expande, se especializa, trazendo mais novidades, desmistificando o consumo para os iniciantes e agregando conhecimentos aos profisionais.
No próximo post escreverei os meus vinhos preferidos.
PS: Parabéns aos stands Vinhos do Brasil e ACAVITIS de Santa Catarina. Pena que o movimento, pelo menos enquanto estive lá não foi à altura dos vinhos expostos.
Saúde!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Le Jazz - Comida boa não significa comida cara

Não sou tão romantico em achar que determinado restaurante cobra caro pelo vinho, pela comida ou pela taxa rolha. Acredito que cada um tenha um custo, uma taça diferente, uma matéria prima, uma brigada, ou seja, seu valor.
Não, não sou romantico nesse sentido, mas como seríamos mais felizes se pudessemos ir a todos os restaurantes que gostaríamos de conhecer e poder pagar por isso?
Conheci o Le Jazz Brasserie. O ambiente não é sofisticado, porém agradável. Não tem guardanapo e toalha de algodão egípicio de não sei quantos mil fios mas é confortável. Não tem espaço entre as mesas, mas não é barulhento e ninguém esbarra em você. Os talheres não são de prata, mas tem a mesma utilidade de um. A taça não é Riedel, Spigelau, mas é proporcional ao tamanho da mesa e a taxa rolha custa R$ 20,00. A carta de vinhos é pequena, tem poucas opções, mas tem uma opção de cada entre as principais uvas. O couvert não tem patê de foi gras, mas é barato e está incluso agua mineral a vontade. Ah, eles tem comida francesa clássica também. E é ótima!
O preço é justo e honesto pelo que o lugar propõe. Começei com uma entrada de terrine de legumes, abobrinha, beringela com queijo de cabra e salada verde. Maravilhoso! De prato principal, o pato mal passado com purê de batata, espinafre e pêras estava incrível. O Entrecote pedido ao ponto para mal passado veio muito mal passado. A sobremesa, uma torta de chocolate com sorvete não encantou mas não decepcionou. Quem se importa? Não dizem que a primeira impressão é a que fica? A minha foi a terrine e o pato.
Tomamos o bom Errazuriz Reserva Pinot Noir de Casablanca do Chile (R$ 80,00) que ficou ótimo com o Pato. Os preços dos vinhos não são baratos mas estão longe de ser caros, está na média, mas compensa pelo preço dos pratos, do couvert e da agua grátis.
No conjunto da obra achei melhor que o Le Entrecote e que o Paris 6. Pra mim é o primeiro verdadeiro bistrô de São Paulo. Além de ser um previlégio, nós merecemos ter um lugar como esse em São Paulo. O Le Jazz está quebrando o paradigma de que comida boa significa comida cara.
Vida longa para o Le Jazz!
Saúde!



Serviço:
Rua dos Pinheiros, 254
Tel 2359-8141
Terça à Sábado das 12 às 15 e das 20 à meia noite.
Aos domingos das 13 às 17 horas.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O boato do fim da Viña Montes


Ultimamente tenho ouvido falar de alguns colegas da área e enófilos que a Viña Montes acabou! Tudo foi perdido! Cheguei até a ouvir que foi dado como sugestão de um professor de um importante curso de sommeliers que "é bom comprar um Montes Alpha ou Montes M agora pois será um grande investimento para o futuro já que a vinícola não produzirá mais este vinho". Irresponsabilidade total!

Achei um absurdo ter ouvido isso e então decidi pesquisar e postar aqui a nota oficial que traduzi do espanhol do Sr. Aurélio Montes, presidente da Montes.

Desculpe meus amigos mas eu prefiro acreditar nele!

Vocês acham que uma vinícola do tamanho e a história da Montes vai acabar assim?

Saúde!

Para ver a nota original, vá em:

http://www.monteswines.com/home.php




"Como a maioria das vinícolas chilenas, Montes SA foi colocada em prova em suas instalações no recente terremoto que assolou o Chile. Após uma rigorosa avaliação de danos, Montes calcula perdas pequenas. A principal bodega de Apalta sofreu mais que as de Curicó e Chimbarongo mas sua estrutura está sólida e a equipe está em processo de ordem e limpeza e preparando-se para a colheita tal como estava planejando inicialmente.

Apesar da perda do vinho destinado a ser engarrafado, a produção de vinhos da Montes está em excelentes condições de qualidade. Consideramos que estas são perdas controladas e que não tem nenhum efeito negativo para os pedidos de vendas, nem agora e nem no futuro. Com a nova colheita do ano a ponto de iniciar-se, ao menos 40% dos tanques estavam vazios, porque o estoque era baixo por razões sazonais. Com as equipes e linhas de engarrafamento 100% em operação, Montes reassume suas operações e manejará normalmente seus pedidos a partir de 4 de março, uma vez que a energia seja retornada.

Finalmente, todos os funcionários de Montes e suas famílias estão em perfeitas condições. Kaiken, en Mendoza teve somente um pequeno terremoto sem nenhum tipo de dano.

A equipe de Montes está com espirito em alta, com entusiasmo e pronto para retomar a sua rotina normal de trabalho na vinícola. "

Aurelio Montes, Presidente Douglas Murray, Director

quarta-feira, 24 de março de 2010

Zuccardi Q Tempranillo 2005








Estou em casa e a pouco abri um Zuccardi Q Tempranillo 2005 da Bodega Familia Zuccardi de Mendoza, Argentina. Esse exemplar comprei direto da fonte quando fui visitar a bodega em Janeiro deste ano.

O vinho é um dos ícones da bodega, um dos top de linha. Só "perde" para o Zeta. Apesar das safras argentinas serem regulares e quase sempre boas a de 2005 foi a melhor desta década.

Este Tempranillo é uma bomba e uma explosão de sabor! Tem 14% de graduação alcoólica e é proveniente de uma vinha aos pés dos Andes nos vinhedos da Zuccardi em Santa Rosa. É amadurecido 12 meses em barricas de carvalho americano.

Quando abri a garrafa estava duro e apresentava aromas de ameixa preta madura. Após 10 minutos começaram a vir café, tabaco, chocolate. Com vinte minutos já é evidente o maravilhoso couro. Apesar da graduação alcoólica o vinho fica macio, aveludado e bem equilibrado com uma ótima acidez. Persistente e bom retrogosto evidente pelo tabaco e café.

Gostei muito, mas pra quem espera um Tempranillo parecido com os Rioajanos está enganado. Ele não tem essa tipicidade dos espanhóis, mas tem boa personalidade e é diferente.

Deve ficar ótimo com uma pasta ao molho bolognesa, um filet a parmeggiana ou até uma pasta ao molho arrabiata. Acredito que tenha uma guarda de 8 a 10 anos.

Quem importa esse vinho no Brasil é a Ravin por cerca de R$ 105,00.

Saúde!



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ausência

Queridos leitores,
Desculpe a ausência de posts. Estive de férias e nos últimos 2 meses fui para Serra Gaúcha, Mendoza e Santiago. Conheci mais de 20 vinícolas, degustei mais de 100 vinhos, aprendi muito, conheci pessoas maravilhosas e vivi momentos que sempre sonhei profissionalmente.
Não faltarão assuntos para posts esse ano!
Gostaria de agradecer todas as vinícolas que visitei em especial a Casa Valduga, Don Candido, Don Giovanni, Valmarino, Chandon, Millantino, Cave Amadeu, Perini, Marco Luigi, Terrazas, Cheval des Andes e Viña Aquitania pela atenção, pela aula e por momentos inesquecíveis.
Até breve!
Saúde!